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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dolores Umbridge e Harry Potter: professores diferentes sob a ótica de Paulo Freire

Esse é um trabalho de Didática que eu escrevi em 2007, durante a transição da Química pro Inglês. É a minha contribuição pro Dia do Professor de hoje. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO E EDUCAÇÃO DIDÁTICA GERAL PROFESSORA LUCIANA GELSLEUCHTER LOHN ACADÊMICA MEGGIE ROSAR FORNAZARI FLORIANÓPOLIS, 4 DE NOVEMBRO DE 2007 RESENHA: A concepção “bancária” da educação como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica.
No capítulo escrito por Paulo Freire, são analisados dois tipos de relações educador-educandos: a educação bancária e a educação problematizadora. A educação bancária tem caráter narrador, sendo o educador seu agente indiscutível. Este tem como tarefa irrecusável encher os potes dos educandos com o conteúdo de sua narração. Sua qualidade como educador se reflete em quão cheios estão esses potes. Por sua vez, a qualidade de um educando se reflete em quão docilmente ele permaneça em seu pote, e se deixe encher. A única ação possível aos educandos é receber e arquivar os depósitos. Acontece que, neste formato de educação, não existe o saber. Não se aprende. Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros. A noção de saber, nessa educação opressora, é a doação de conteúdo dos supostos sábios, aos supostos alunos (palavra vinda do latim, significando sem luz). Em todo momento, o educador sabe e os educandos não. Esse pensamento nega o conhecimento como um processo de busca. O educador acredita que a ignorância dos educandos é sua razão de existir, e os educandos acreditam que a sua ignorância alimenta o propósito do educador. Na educação problematizadora, o desejo é de que o educador desça do pedestal, e os educandos saiam dos potes e subam neles. Em um patamar médio e igual a todos, se tornam educador-educando e educandos-educadores, aprendendo juntos. Os educandos bancários, quanto mais depósitos arquivarem, menos consciências críticas terão de si e do mundo, como sujeitos. A passividade lhes é imposta, e se conformam com ela, como é objetivo dos opressores. Inertes, os educandos não transformam o mundo, e isso mantém as situações das quais os opressores se beneficiam. Quanto melhor adaptados os educandos, mais fácil é dominá-los. Os opressores assumem um caráter paternalista, marginalizam os homens e, por meio da educação opressora, os integram à sociedade dada como sadia.
Essa educação bancária e opressora tem uma expressão visual no videoclipe The Wall, da banda Pink Floyd. Nele, crianças sem rosto são educadas numa mistura de escola com indústria, cujo produto final é idêntico: crianças iguais, que pensam igual, dóceis como gado em direção ao abate. É uma visão extrema, mas mostra exatamente o conceito da educação bancária. A solução para a situação dos educandos deve ser transformar a estrutura que os oprime, a fim de que sejam livres em pensamento. A educação bancária não se orienta para a conscientização dos educandos. Os educadores bancários acreditam que pensar autenticamente é perigoso. Isso nega totalmente a vocação humana de ser cada vez mais. Em certos casos, os depósitos causam um confronto com a realidade, despertando os educandos contra sua domesticação. A concepção problematizadora e libertadora da educação. Seus pressupostos. A ação do educador humanista deve se orientar na humanização dos educandos, assim como a sua própria, aprendendo com os educandos ao mesmo tempo em que estes aprendem com ele. Deve-se causar um pensar autêntico, e evitar depositar o saber, criando uma relação de companheirismo com os educandos.
Um exemplo visto recentemente deste educador humanista é o personagem do professor Clément Mathieu, do filme Les Choristes (A Voz do Coração, 2004). O primeiro passo dele como inspetor foi criar laços de confiança entre ele e os internos. Paulo Freire afirma que a educação reflete a estrutura do poder. Se trouxermos esta afirmação para os dias atuais, no governo Lula a educação brasileira se concentra no ensino fundamental: todo cidadão brasileiro deve saber ler e escrever. Em muitos casos, se aprende a ler as letras e se mantêm analfabetos funcionais. Nota: Depois de ver o investimento feito no ensino superior até o fim do segundo mandato do governo Lula, o reflexo mudou bastante. Ainda assim, há muito a fazer. A concepção “bancária” e a contradição educador-educando Esta concepção sugere que os homens vivem no mundo, e não com o mundo e com os outros. O educando é convencido a acreditar que o mundo que o cerca está somente à sua volta, e não faz parte dele mesmo. A consciência e a relação desta consciência com o mundo é algo escancarado como um pote. Os opressores se preocupam quando os homens questionarem seu mundo, e por isso se esforçam tanto em dificultar e proibir o pensar autêntico. Desse modo, estes educadores não conseguem compreender que permanecer na lembrança de seus educandos é exatamente buscar ser parte do grupo, com os outros, convivendo, e não se impondo. A comunicação é temida por esse educador, porque sua prática pode ser criticada. E ai de quem criticá-la. Ele crê piamente que sabe de tudo, e que ninguém pode questionar sua habilidade.
O autor menciona um exemplo mitológico, ao afirmar que o pensar não pode ser feito no isolamento, na torre de marfim. A Torre de Marfim é um prédio recorrente em histórias de mitologia celta medieval, pois é o local onde se formam os melhores magos. Na era medieval, eram chamados de magos aqueles que detinham o maior conhecimento – e não o compartilhavam com o povo. Os magos da Torre de Marfim são as elites do conhecimento – e detêm o conhecimento mais antigo, e mais eficaz. E esses magos são da educação bancária, pois se ressentem do fato que alguns dos seus se libertaram da Torre de Marfim – um lugar tão seguro e poderoso – para ensinar à plebe. Eles são representações fantasiosas da elite opressora, que não quer que o povo saiba do maior conhecimento, pois eles sabem que conhecimento é poder. O pensar deve sair da Torre de Marfim e deve ser baseado na comunicação, gerando ação sobre o mundo, evitando a dominação de poucos sobre muitos. Erich Fromm chega a ligar o pensamento bancário à necrofilia (amor à morte), pois o educador bancário ama quando o educando não cresce, e não vive, perdendo a organicidade do ser. Educadores necrófilos prezam a memória de outros em detrimento da experiência dos educandos, e o que se tem em detrimento do que se é. Se sua posição é ameaçada, ele se sente pessoalmente ameaçado, pois seu amor é pelo controle. Ao controlar, acaba com a vida. Essa imagem é chocante, especialmente para educadores em formação que somos, românticos e ingênuos. Mas na verdade, nunca estaremos completos. A opressão é um controle esmagador e, portanto, é necrófila. Como a educação bancária serve aos propósitos dos opressores, também é necrófila. O homem sofre quando é proibido de viver, e isso pode às vezes causar uma onda de recusa a essa impotência. Alguns participam simbolicamente do poder, sendo iludidos por essa suposta atuação libertadora, mas na realidade estão se submetendo aos opressores. A maioria se identifica com líderes populistas, e se ilude ainda mais.
A rebeldia é remediada com mais dominação, em nome de um bem maior, que na verdade é o bem dos dominadores. No livro Harry Potter and the Deathly Hallows, (Harry Potter e as Relíquias Mortais), o jovem Albus Dumbledore planeja uma dominação dos bruxos sobre os trouxas (pessoas não-mágicas). Se houver resistência, serão sacrificadas algumas centenas de pessoas, para o bem maior. A autora da série Harry Potter, J.K. Rowling, se valeu de fantasia e magia para mostrar vários níveis de crítica sócio-política, e "para o bem maior" é um deles. A educação se torna uma prática de dominação neste pensamento educativo, acomodando os educandos no mundo opressor. O texto tem como objetivo chamar a atenção dos educadores humanistas, para que não se sirvam da concepção bancária, e se contradigam. Pretendendo libertar, acabam por usar instrumentos de alienação típicos do ensino bancário. A libertação autêntica pede ação e reflexão dos homens sobre o mundo, para que possam transformar esse mundo. Não se pode aceitar que esta educação libertadora use ferramentas bancárias e depósitos. O objetivo da educação libertadora deve ser o de formar homens conscientes, com intenção de transformar o mundo, por meio da problematização dos homens em suas relações com o mundo. Na educação libertadora, há uma resposta à essência curiosa da consciência humana, existencializada pela comunicação. Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, Os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Este subtítulo se baseia no conceito de curiosidade. A curiosidade do educando deve ser explorada pelo educador, e relacionada ao mundo, a fim de que o educando aprenda – e o educador aprenda com a experiência. O autodidatismo se aplica a esse conceito, pois é uma relação homem-mundo, engatilhada pela curiosidade humana. A relação ideal da educação libertadora é baseada em um educador-educando e seus educandos-educadores. A ferramenta-chave é o diálogo, enquanto no ensino bancário a ferramenta é a narração. É essencial a pluralidade de opiniões e da troca ativa de experiências. Tanto educador quanto educandos aprendem juntos, um com o outro, e crescem, sem autoritarismo, formando pensamentos livres em comunhão. No ensino bancário, o mestre estuda o objeto de sua aula e a prepara, dissertando sobre suas descobertas no momento da aula, enquanto os alunos registram o que ouvem. O educador se dá por satisfeito com a aula, pois preservou a cultura e o conhecimento na memória dos alunos. De acordo com Paulo Freire, desta forma ninguém aprende realmente, e não obtém cultura alguma.
Temos um exemplo visível desse caso de ensino no filme Harry Potter e a Ordem da Fênix. Dolores Umbridge, a mando do Ministério da Magia, é a professora encaminhada para uma matéria na escola de magia da Grã-Bretanha. A intenção do Ministério é preservar sua fachada intacta, negando que existe uma guerra iminente, e não preparando seus educandos apropriadamente. Eventualmente, os educandos tomam as rédeas da situação e formam um grupo secreto de estudo (a Armada de Dumbledore), problematizando a situação e procurando meios para resolvê-la, com um educador-educando guiando os estudos práticos e dialógicos dos educandos-educadores – o próprio Harry Potter.
Esse exemplo mostra exatamente o contraste entre as educações bancária e libertadora. No ensino bancário, ninguém aprende porque os educandos não conhecem o assunto, apenas o memorizam. A prática bancária anestesia, enquanto a prática libertadora mostra a realidade. Problematizando as situações, os educandos se sentem desafiados e se sentem obrigados a responder ao desafio. A consciência e o mundo interagem simultaneamente. Deve haver uma consciência do mundo, e quem faz isso é o homem. Com o ensino libertador, o homem dirige seu olhar e percebe coisas que antes, passavam despercebidas. O que antes parecia óbvio ou objetivo, agora recebe destaque e se torna um desafio, e é admirado pelo homem. Só então o homem pode agir sobre essas coisas, e conhece-las. Seu poder de captação é desenvolvido em suas relações homem-homens-mundo, exibindo uma realidade em transformação. Por fim, desenvolvem um pensar autêntico, e atuam sobre ele. Esse ensino se fundamenta na criatividade humana, estimulando a reflexão e a ação verdadeiras, respondendo à vocação humana – só se é homem autêntico quando se tem uma busca, ou se está numa transformação. O homem como um ser inconcluso, consciente de sua inconclusão, E seu permanente movimento em busca do ser mais. O ensino problematizador parte do fato que o homem é uma criatura histórica. São seres que não são, mas estão sendo, inconclusos em um mundo inacabado, interagindo com esse mundo inacabado. E o homem tem consciência disso (só sei que nada sei), pois foi daí que se criou a educação.
A educação problematizadora reforça a mudança, não se conformando nem com o presente bem-comportado, nem com o futuro pré-dado. Com as raízes no presente real, esta mudança se torna uma revolução. Voltamos ao exemplo de Harry Potter e a Ordem da Fênix. O autoritarismo da professora Umbridge provoca uma revolta aberta contra a situação opressora. Dessa forma, se firmam as bases para o futuro revolucionário daquela geração de magos e bruxas. No mundo real, temos exemplos de problematizados revolucionários no Brasil, durante o período da ditadura militar (1964-1989). Vários dos ativistas pró-redemocratização eram estudantes. O homem é um projeto. Ele caminha para frente, olha para frente, e nada pode impedi-lo. O passado não é um lugar para o qual se queria voltar, e sim um meio de melhor conhecer o que é o agora, e construir um futuro melhor. Esse movimento só pode vir do próprio homem, e de suas relações homens-mundo, e de sua consciência nessas relações. A situação se torna um desafio, que o limita sem impedi-lo. O homem problematizado sabe lidar com este problema objetivamente. Por fim, a situação é apropriada pelo homem, que a transforma. A busca de ser cada vez mais desses muitos deve ser feita em comunhão e não individualmente, sem impedir que outros também procurem ser cada vez mais. Os dominados, quando problematizados, lutam por sua emancipação, superando a falsa consciência do mundo. Nenhuma ordem opressora suportaria que os oprimidos todos passassem a dizer: Por quê? . A revolução deve ocorrer a cada instante, dentro ou fora dos círculos de poder. Fontes: Rocha, Ruth. Quando a escola é de vidro. Freire, Paulo. A concepção “bancária” da educação como instrumento de opressão. Seus pressupostos, sua crítica.

domingo, 11 de setembro de 2011

Ten years ago, where I was.

In North-American recent history, there has been a lot of discussion on, for example, "Where were you when JFK was killed?" I believe now we can talk about where we were when the Twin Towers fell. It was a particularly beautiful day, both in NY and where I was, here down south. I woke up to the newsflash of an airplane having hit the tallest building in New York city, and I watched the chaos and panic in my PJ's, without even having breakfast, thinking 'what a terrible accident... but even if it were the tallest building, why would an airplane fly so low...?' I didn't have to wonder twice. Right then, right there, right in front of me, another airplane came and crashed into the other tower. (my heart's pounding to remember it.) All I could think was 'Oh fuck. Oh fuck. This is not right. This is not a normal accident. This is war. We're screwed, we're all screwed' (forgive the language, dear reader, but I was 15 and teenagers have a slight tendency to swearing.) I was really into the X-Men back then, and as a kid I was, I began fantasizing about having all superheroes drafted into the crash site and helping evacuate as many people as possible from there. They actually went there, as police officers, as firefighters, as volunteers - all superheroes. Then it gets a little blurry in my mind. 9/11 is also my godmother's birthday and we went to the shopping mall for a celebratory lunch, but I was hardly in a celebratory mood. My mom saw I was really worried and tried to get my mind off it but I stuck to every TV I found at the mall, and I found out about the fall of both towers, as well as the Pentagon attack, and the fourth hijacked plane that was re-hijacked and taken down by the out-worldly courageous passengers. Later that evening, I did what I always did - I went online to chat via mIRC with my foreign friends at #eoff, where you'd see then and now people from all over the world, with a majority of American and British people. We'd heard on the news there was this terrorist network with this heavily-bearded boss who was getting back at the Americans by their occupation of Afghanistan like, ten or twelve years before, that had left the country in crumbles. Uh, hello? Calling the UN for help also works? But no, they probably thought, 'hey, let's explode other people's buildings because they've got stuff and we don't - calling for help is the stuff of cowards.' As far as I knew on my teenage wisdom, cowardice would actually be killing 3000+ people that had absolutely NOTHING to do with what had happened 15 years back. On IRC, we were in a collective state of shock. We were saddened that all that ruckus had gone down on NY and at the same time, glad that no family members of #eoff had been there, or hurt. We were all affected. And most of all, we were timidly wondering if there would be WWIII and the end of the world. I'm happy to have lived for these ten years and say that there was no WWIII. If it were, we wouldn't be here. None of us. I don't know what to say about what happened after the attack; I don't think I'd have made the same choices as Bush did, but then again, I wasn't on his very eloquent shoes. So I'd better have my thoughts cook up another 10 years and see what I think by then. So, where were you ten years ago?

terça-feira, 7 de junho de 2011

My Personal Crusade.

I am part of the Acquired English team. That means I have learned English throughout my life without studying it formally for most of my life. I have been formally instructed in English very briefly when I first learned how to read, being tutored by my sister, and little by little in English as Foreign Language in school, which was quite poor.

What I've actually learned in English language, I did by having fun.

I've always liked movies, and have always watched subtitled movies. Since I've learned how to read at age 3 and read quite fast for my age, I could keep up with no problems. I've always liked music, so I'd buy magazines and use CD booklets (remember we're talking about the 1990's here) and use a paper dictionary to translate the words I didn't understand. After 1999 I started reading a lot more content in English on dialup Internet, as well as chatting with foreign, worldwide teenagers via mIRC.

All that helped shape up my English proficiency, but the one means of mediatic English studying that I think helped me the most were (and still are) VIDEOGAMES.

This is my personal crusade. VIDEOGAMES TEACH YOU ENGLISH!

I've started gaming when I was 9. Back then, I'd play games with very little text, but I'd paid attention to it all, looked up a dictionary occasionally, and was really into the plot of games with very little text, like Super Mario World. So when I was in school I'd say stuff like
- I'm stuck at the Forest of Illusion
- Where?
- Fifth world
- Ah. It's called Forest of Illusion?
- Yeah, it's written there
- You read what they say?

Ah, the disappointment. As a preteen I'd already feel sorry for my classmates who had this huge source of information in their hands, and all they did was push buttons really fast to put the boring words away so they could play. Plus, part of the gaming experience would be lost as you'd focus solely on the action without any plot immersion.

As my school life began taking more of my time, and I started focusing more on the Internet, new technologies entered the market, like the Playstation 2. There you could not only learn English by reading, but also by listening. As I said, I didn't play as much but I felt like this would make everybody learn English better because they'd be listening to it at the same time as they'd read the subtitles in English, and learn even more.

I have always said that videogames teach you English. You are not only using the language, but you have an objective in using it. And you're using it in communicating with the other characters, and with the game itself. This is very similar to the concept of task used in English Teaching & Learning theory, as opposed to very structural, grammatical, and decontextualized exercises. As a means of language learning, videogames are awfully overlooked by teachers.

Now, technology has given me one more argument to this quest. Watch this:



From now on, you will not only learn English by reading in games.
From now on, you will not only learn English by listening to games.
From now on, you will actually have to SPEAK ENGLISH to augment your gaming experience.

Not to mention Mass Effect is currently my favorite game series, with a vast story (told in 3 game installments, 4 comicbook series, and 3 novels already published so far, and with projects of movies and other games to be produced in the near future) and the magic of not only gaming to achieve something, but also with a knack of influence. The decisions you make in a great deal of the Mass Effect 1 and 2 games are going to have actual effects on the third installment to be released in June 2012. I am currently working on not only one, but THREE save files so I can see how the plot develops, depending on how heroic or ruthless my heroes and heroins play out, depending on my decisions. You have up to six speech options in pretty much every interaction in the game, where you can acquire more information or posit your point on the discussed topic. You may even decide for the character's personality by choosing to be, like I just said, heroic or ruthless in your very speech.

Being able to actually say what you want to say will be the beginning of a new era in videogames. Speech options are here since forever but only now you will actually have to say it. You may be able to be understood by the machine depending on how well you pronounce it. This is going to be beautiful. I feel very privileged to be in this generation, and to have been able to go through every step of language learning through videogames.

Believe me: VIDEOGAMES TEACH YOU ENGLISH. Technology's here to prove me right.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Proficiência em quê?

Na minha prática como professora particular de inglês, já trabalhei com várias pessoas interessadas em passar no "teste de proficiência" de suas respectivas pós-graduações.

Notou que eu usei aspas pra "teste de proficiência"? Pois é. Eu uso aspas porque, na minha opinião como professora E como tradutora, esse NÃO é um teste de proficiência.

Em essência, um teste de proficiência trabalha com a mensuração da capacidade linguística de uma pessoa em relação a uma língua estrangeira, na maioria dos casos. Esses testes são adaptáveis às necessidades da instituição que está pedindo por esse teste, ou por esse resultado.

Para pós-graduações, a ideia de um teste de proficiência seria responder à seguinte pergunta:

Você conseguirá lidar com o volume de leitura em língua estrangeira que uma pós-graduação geralmente requer?

Ok, então já reduzimos o teste de proficiência pra um teste de proficiência focado em habilidades de leitura. Ótimo. Vamos expandir essa pergunta. Partindo do pressuposto que a pós-graduação se baseia em pesquisa de ponta, não há tempo hábil (nem dinheiro viável) para esperar pela tradução desses artigos, publicados pelo mundo todo em determinada língua estrangeira - que na maioria é em inglês, sim, mas muitas pós-graduações abrem "testes de proficiência" em outras línguas. Nesse texto, vou me ater somente aos "testes" em inglês, por ser da área - e também de que se espera de pós-graduand@s que eles consigam ENTENDER esses textos, seguem as demais perguntas a serem respondidas pelo teste de proficiência:


- Você consegue ler um artigo científico em inglês?
- Você consegue entender o tópico principal desse artigo?
- Você consegue listar os tópicos secundários ou maiores detalhes desse artigo?
- Você consegue resumir brevemente esse artigo em português?
- Você consegue citar alguma informação desse artigo em um trabalho de pesquisa?


Porque ISSO, e somente isso, é o necessário para responder satisfatoriamente à pergunta que se encontra mais acima, em negrito.

Mas vamos lá, vamos encarar a dura e irritante realidade.

A maioria dos "testes de proficiência" de pós-graduações, regidos ou não pelo departamento de línguas estrangeiras de suas universidades, consiste no uso de um texto em inglês, extraído e/ou adaptado de um website (seja ele institucional ou não, acadêmico ou não) ou livro-texto, no qual a instrução para o teste consiste basicamente em traduzir o texto num determinado período de tempo (em média 2h para um texto de cerca de 500 palavras).

(Só um minuto, eu preciso manter a calma e não me perder nos argumentos aqui.)

Isso me incomoda muitíssimo, por uma série de motivos, enumerados abaixo.

1. Desde quando entender um texto e traduzi-lo é a mesma coisa?
Isso é problemático em mais de um aspecto. Primeiro porque para traduzir é necessário, sim, entender um texto mais que completamente, mas o oposto não se aplica - tendo proficiência em inglês é possível entender um texto em inglês, e explicar os núcleos mais importantes de informação usando suas próprias palavras; Segundo, porque a pós-graduação tenciona formar especialistas em suas respectivas áreas, e não especialistas em Tradução. São áreas distintas, que requerem níveis cognitivos diferentes e diferentes habilidades, nem sempre exercitadas em toda pós-graduação. Existem tradutores e revisores para realizar esse tipo de serviço, com o nível de especialização e habilidades adequadas para tal.

2. Na verdade, todos os motivos derivam de certa forma do primeiro, mas vá lá. Existe uma interpretação errônea do conceito de 'proficiência', ou mais especificadamente, 'proficiência em leitura'.
Saber ler e entender o conteúdo do texto. Basicamente, isso é ter proficiência em leitura. Uma possível prova do entendimento do texto pode ser obtida com a criação de uma lista de tópicos e/ou um breve resumo. Em vez disso, é pedida a tradução de um texto para pessoas que não tiveram treinamento algum em Tradução. E eu pergunto, estamos testando 'proficiência'?

3. Os "testes" são geralmente realizados com pouca consulta (apenas um dicionário de papel) ou nenhuma consulta qualquer, e muitas vezes são realizados à mão.
Tradutores nos dias de hoje trabalham com um arsenal de glossários, dicionários, sites de referência e guias de sinônimos, colocações, entre muitos outros. Pós-graduandos não têm treinamento em Tradução, e não têm direito a consulta durante a realização do "teste". Além disso, existem programas de computador e websites que bloqueiam o uso de demais programas durante a execução de um teste, então a realização manual do teste é desnecessária e dificulta a correção, inclusive em termos de caligrafia (caligrafia essa de pessoas que usam o computador para quase tudo o que fazem no meio escrito, academicamente ou não).

4. Esse tipo de "teste" não responde adequadamente a nenhuma das perguntas postuladas por mim acima.
Já trabalhei com pós-graduandos que não tinham proficiência em língua estrangeira alguma e passaram tranquilamente nesses "testes", e alternativamente também trabalhei com pós-graduandos que têm proficiência na língua mas não são aprovad@s. Novamente repito, entender um texto não significa traduzi-lo.

5. O "teste" não se utiliza do texto-alvo de um teste de proficiência para pós-graduação.
Espera-se que os pós-graduandos tenham mais contato com artigos científicos, mas os atuais "testes" utilizam textos provenientes de livros-texto, de websites institucionais, e também de websites caseiros. Existe atualmente uma incoerência entre objetivos, método e resultados. Entendo que os textos devem ser de nível universitário, mas estamos lidando com pessoas graduadas aqui - na maioria das vezes da mesma área, ou de áreas afins.

Com esse texto, mostro algumas das falhas dos atuais "testes de proficiência" para pós-graduações, e peço que esse texto alcance os desenvolvedores e avaliadores de tais "testes", a fim de que possamos debater o assunto e melhorar esse teste que se encontra descompassado com a instituição da pós-graduação.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

And the Best Writing Activity is...

Decidi blogar as melhores Writing Activities dos meus alunos, e a inauguração será em grande estilo. Ana Letícia de Aquino foi minha aluna do nível 6 nesse primeiro semestre de 2010 e ela, que trabalha com o meio-ambiente, se esbaldou no tema da nossa segunda redação. Pedi aos alunos do nível 6 que escrevessem um artigo sobre qualquer aspecto relacionado ao meio-ambiente, em inglês, como se um jornal da UFSC estivesse pedindo. Aqui vai o ensaio maravilhoso da Ana. Parabéns!

Brazilian water flows are in danger. Not even the upper ones, like rivers, lakes, creeks and seas, but also the subterranean water like our famous “Aqüífero Guarani”.
Human-beings, following the animal behavior, always lived by the shore or the water streams. We need the water for our simplest actions. We need it for our very tiny metabolism, to wash, for transportation. We need water for food. We depend on healthy water. But, since the human population has become huge, the water flows have been suffering the consequences of it.
Human kind, a collective species, evolved the languages, the culture, the big clusters of people called cities (and now mega cities), the agriculture, the industries, all for its own well-being. We have to produce more and more food and goods, we have a growing amount of people to take care of. We lie down and wake up in the morning thinking about development. Our presidents meet each other in the name of it, so it is very important.
But we have forgotten one thing about our planet: it is the only one we have always had and will ever have. If all matter goes in cycles, if everything is changeable and nothing else is created, as Lavoisier said, we have to think clearly about what we have been doing with our limited resources.
We use fertilizers to grow our crops. When it rains, all nitrogen we put on the soil is washed to the rivers. A lot of algi and other microorganisms grow in the fertilized water and consume all oxygen, killing the fish and other species. It is called eutrophization and it is the lake or river death. And there are the pesticides too! And there is soil going to the rivers also.
The impacts of industry pollutants on water are well-known: heavy metals bio-accumulate in all species and the changes in the water temperature (in order to cool the engines) are just two of them. There are even medicines and hormones found in the water. They come from our drug industry and everything we drink and eat goes obligatorily to the water because of our sewer systems.
We have neglected our water sources for thousands of years, and now we have to develop new ways to clean it up, and for our own sake! We are a very selfish species.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Finalmente uma resposta.

Resposta a 'O aborto e o PNDH' de IVANALDO SANTOS (20 JANEIRO 2010) disponível em http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/10707-o-aborto-e-o-pndh.html

Primeiro ponto: Não se pode reduzir o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) em só 4 pontos que provavelmente são conclusões de quem nem leu esse troço. Isso tá na cara que é discurso repetido de alguém, e esse negócio de discurso repetido se desdobra num telefone sem fio desgraçado e dá nesse tipo de generalização burra que o povo brasileiro da classe média branca tem mania de fazer.

1. Eu não li o PNDH ainda mas vou fazer isso, aos poucos. Ninguém entendeu que a Comissão da Verdade é pra investigar parlamentares potencialmente corruptos (que seriam, oi, todos?).

2. A aprovação do casamento homossexual nem deveria ser questão de debate. Se duas pessoas se amam e querem dividir uma vida juntas, e esse é o propósito do casamento, os gêneros dessas pessoas é completamente irrelevante. Mas deve ser legislado SIM pra evitar complicações legais, especialmente no post-mortem de uma das partes.

3. A retirada de símbolos religiosos de prédios públicos demorou, desculpa. O Estado Brasileiro é laico desde 1900-e-guaraná-com-rolha e ainda tem imagens pra tudo que é lado. O Cristo Redentor do Rio de Janeiro é patrimônio da humanidade e nem por decreto de qualquer pessoa no Brasil pode ser retirado. É MUNDIAL, BABY. Lembrem-se que 'estado LAICO' significa que a religião não vai REGER nenhuma das nossas leis - o que faz muito sentido num país de fé tão diversa quanto o Brasil.

4. Como eu disse, ainda não li o PNDH mas duvido fortemente que a legalização TOTAL do aborto seja parte da pauta; mas teremos mais a dizer a respeito em seguida.

ONDE ALGUÉM VIU SOCIALISMO IMPRESSO NO TEXTO DO PNDH, GENTE? Ai, sério. É exagero demais. Citando, porque é absurdo demais: "Será uma sociedade onde as pessoas não poderão expor seus símbolos e crenças religiosas - haverá perseguição religiosa -, estarão sob vigilância constante do da Comissão da Verdade ou do Ministério da Verdade e crianças não poderão nascer porque terão que ser abortadas. O prêmio de consolação é o casamento homossexual." COMO ISSO É POSSÍVEL? Sério. É burrice dizer que o fato de um Estado ser controlado pela RAZÃO ao invés do cânone religioso é perseguir gente que dentro de si e de sua casa, de seu carro, de sua casa de congregação, acredita nisso ou naquilo. Desculpa, é burrice simplificar tanto assim. Agora, 'crianças não poderão nascer porque terão que ser abortadas', nas palavras da minha amiga Blasé, 'é pra acabar'. Gente, mesmo com a legalização do aborto, só aborta quem quer! E eu duvido que a escolha leviana pelo aborto seja legalizada, sério. Mas vamos seguir em frente.

Segundo ponto: 31 ministros e 14000 pessoas tiveram acesso ao PNDH e o assinaram, legal. Eu ainda não assinei porque ainda não terminei de ler, mas se eu concordar com boa parte da coisa, é claro que eu vou assinar. Agora, vamos falar da realidade. Quem tem acesso ao PNDH? A classe média, os 25% da população brasileira que têm curso superior, Internet, TV a cabo e acredita piamente em tudo que o PSDB diz a eles. Eu desconfio muitíssimo do PSDB, mas não tô aqui pra mudar a idéia de ninguém, só quero tentar expandir o foco desse prisma tão apertado que não se vê nada além de uma luz branca e cegante. Citando novamente: 'Qualquer pesquisa feita no Brasil mostra que o povo brasileiro é totalmente contra o aborto.' De novo, duvido. Essa pesquisa é feita com as meninas que são estupradas dia após dia por metade dos homens da própria família, com o consentimento de metade das mulheres da própria família, no Norte/Nordeste do Brasil? ACHO QUE NÃO. Essa pesquisa é feita com as meninas de 13 anos com idade mental de 9 que são 'pegas' por homens porcos em cidades pequenas e levadas pra motéis pra, nas palavras deles, 'serem as mulheres mais felizes do mundo?' e engravidarem sem nem saber o que aconteceu direito? (Isso aconteceu aqui na Palhoça, tá?) TAMBÉM ACHO QUE NÃO. Vocês já ouviram um relato de violência sexual? Já leram um? Já leram o argumento dos monstros que estupram e acham isso normal? Sim, monstros. Me recuso a dividir a mesma categoria taxonômica com essa gente PORCA. Essa pesquisa foi feita com meninas que são oferecidas pra programas pelas próprias mães no Nordeste? NÃO. Essa pesquisa foi feita com os meninos-rã do Norte do país, que vivem embaixo das feiras e só saem à noite, se arrastando na sarjeta por não terem força de ficarem em pé, catando restos de espetinho de gato, que prefeririam não ter nascido? NÃO. Essa pesquisa foi feita com meninas que têm que crescer com seus filhos e tratá-los como irmãos, por ordens dos pais - o estuprador e a conivente, que cria o neto como filho pra evitar o escândalo? NÂO. Essa pesquisa foi feita com gente que mata bebês de menos de um ano espatifando seus crânios contra a parede depois deles se tocarem que 'opa, eu to aqui, eu existo'... e PUF, morre? É jogado no lixo? Você realmente acha mais digno encontrar um bebê morto na lixeira do seu prédio? Você acha que isso é mais digno? Que é vida? Reflita.